domingo, 30 de maio de 2010

Porém...
felicidade é o momento fugaz que chamamos de presente
Quando as últimas palavras foram confusas
pensei que a distância fosse natural
senti falta daquilo que me acompanhava
a saudade não é uma coisa que se perde no tempo
e na despedida não ganhei o abraço
mas o amanhecer trouxe vida
e através de horas confessadas pela mágica
recebi um novo sorriso
ainda não sou confesso da recente emoção celestial
mas sei
que a descoberta se anuncia
nessa estrada sem pressa do amor

sexta-feira, 28 de maio de 2010

1800 segundos de vida

Havia planejado durmir, um cochilo pela tarde. Porém nesta seria um
pouco mais que o considerado normal. Estava deveras cansado, depois
de uma semana de intenso desgaste.

Interessante como o acaso pode ser um jogo surpreendente de
maravilhosas casualidades efêmeras. Neste dia, de cansaço exagerado,
o sono foi interrompido por um inquietude desconhecida. Foram 30
minutos menos de sono do que havia programado, via despertador. A
sucessão de fatos vindouros ocorreram de maneira saborosa.

Abro a porta do quarto, e escuto na estação de rádio uma música. Foi
como uma espécie de desejo atendido, porque havia pensado nela
momentos antes de iniciar o descanço.

Começo a folhar algumas páginas do jornal. Como de praxe logo
procuro as crônicas. Esta, em especial, foi interessante em conseguir
elaborar de maneira genuína alguns pensamentos sobre nossa relação
com o mundo. Pessoalmente obteve um significado mais reflexivo, me
trazendo questionamentos sinceros, em um mundo, muitas vezes,
desprovido deste adjetivo.

Percorrendo as próximas páginas, as mesmas follhas de celulose que
me deixaram com semblante inquieto, foram capazes de gerar um
sorriso. De certo meu ato foi uma espontaneidade, ou uma espécie de
cortesia, ao me deparar com um sorriso que, naquela folha de papel,
borbulhava carisma e falava algo incompreensível. Imagem estática,
porém não muda. Eu também não pude falar, apenas sorri, mas acho que
me comuniquei na mesma língua.

A sensação seguinte foi igualmente prazeirosa. Com um gostoso café
em mãos, fui checar algumas correspondências virtuais. Entre aquelas
tão comuns e cotidianas, uma se destacou. Uma notícia surpresa, muito
oportuna. Curiso quando as coisas acabam acontecendo de uma forma
quase que comandada por um senhor do tempo. Ou seria, talvez, nossas
sensações que se adaptam aos acontecimentos?

Ainda na virtualidade descobri um interessantíssimo link no qual se
pode ver fotos atualizadas de um astronauta. Terra, lua, espaço. Tudo
em uma visão sublime de uma vista privilegiada.

Por fim, tive uma conversa com uma pessoa que eu conhecia pouco,
apesar de vê-la diariamente. Em pequenos instantes algumas trocas de
verbos podem ser sinônimo de cresimento, e simbolicamente um ato que
será valorizado nos pensamentos futuros.

O tempo é, de fato, uma abstração. Uma construção mental para dar
sequência aos eventos. Fabuloso é conseguir transformar abstração em
vivência. Trinta minutos saboreados em detrimento de um cochilo.
Dormir mesmo é bom somente para se recompor, e poder viver mais. E
novamente fazer sua construção diária.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

vestindo palavras irrestritas
que agora me seguem sem reação
esta razão não confessa
faz perceber que o próprio jogo
está querendo justificar
suas vontades de asas presas
com a voz presa no limite da tentação
alcançando amor suficiente
em palavras estampadas
no calor da pele
sentida por segundos
e esquecida na eternidade

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Na tentativa de encontar sua calma, a redenção do momento. Sofria de uma memória translúcida, fingindo paciência nas horas.
A conexão entre a destreza do pensamento e a projeção de uma vontade era o limite entre natureza inócua e o absoluto segredo com suas verdades. Diante de opções exatas comandadas por consequencias inexatas, percebia o último sufrágio de suas doces dores. Aquele que não inventa a morte, tampouco recria beleza.

domingo, 2 de maio de 2010

Durma com seus sonhos privilegiados.
Faça-o como se quizesse definir seu próprio perfil em um mundo irreal.
A essência resumida de um parâmetro desconhecido aos olhares
intrínsecos de uma vontade alheia.
Relativas constantes ponderações de uma prévia salvação restrita à
vontade imposta do destino infalível.
Faça uma aposta em seu único desejo.
Traga tempestades insanas carregadas de bondade imaginária, limitadas por selvagens vontades impetuosas de uma criação virtual.
Faça referências distantes mapeadas por segredos confusos e
degustado pela dor ácida do desejo improvável que, destruído em
expectativas fugazes, compartilha com o fim uma incipiente
gesticulação da tentação perdida.
Seria, portanto, um sentimento de inequívoca verdade ou apenas um anexo da vida?