quinta-feira, 24 de março de 2011

Sonneto della nostalgia

è una bugia
che non c`è nessuno che piace della nostalgia
la memoria rimette a noi
un interiore diviso

sapere de la esistenza de un passato
è una danza in futuro
la domani che nasce
brillando in innocenza

abbreviare il tempo
dimentica tutti i visi
di tutti i abbracci

nessuno passato è deserto
quando la pelle che ama
è una nostalgia - della verità


(*vulnerável a correções)
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Soneto da saudade

é mentira
que ninguém gosta da saudade
a memória remete a nós
um interior dividido

saber da existência do passado
é uma dança para o futuro
um amanhã que nasce
brilhando em inocência

abreviar o tempo
esquece todas as faces
de todos os abraços

nenhum passado é deserto
quando a pele que ama
é uma saudade - de verdade

domingo, 20 de março de 2011

Magicalização

Não saberia dizer
em linhas verticais
o que tenho lido
vejo mais do que memorizo
pois amar somente a mim
não basta
quem me diz que sabe
é porque não reconhece
vontades loucas

de alguns momentos
que são só passatempos

afinal, relógios não curam doenças
e se alguma coisa não existe
a gente inventa

sexta-feira, 18 de março de 2011

A catástrofe das cores

Uma palavra anda junto
de uma solidão repetida
em versos dessa história
que contam esperança
e esquecem de entender

Precisar saber
não é fotograr
uma ideia colorida
que se tornou estranha
naquele momento
que colapsou
sobre a própria vontade

Fazemos tudo igual
usando palavras diferentes
porque aquele amor
não é chocolate
que repete o gosto
toda vez que eu provo

E agora tudo é branco
mas é nessa imagem
que tudo muda
e renova
qualquer pintura
de cores dominadas
por domínios
não acessíveis
a qualquer visão mundada

terça-feira, 15 de março de 2011

Soneto de Felicidade

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento

E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure

Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):

Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

(Vinícius de Moraes)

domingo, 13 de março de 2011

Naquele tempo de tatuagens

Aconteceu antes
de qualquer resistêcia
que eu pudesse lembrar
naquele tempo
de doar sons
para o passado
que tão mudo agora
não foi capaz
de abraçar
sequer uma esperança

Aquele tipo
de vontade
imaginou ruas miseráveis
com pinturas rasgadas
e tatuagens dividas
em dois braços
que marcou
irresistível vontade
de um pedido
que ficou
esquecido nas mãos
apenas recordado
naquele tempo
de tatuagens frias

sábado, 12 de março de 2011

Por verdade

acreditar
é um pretexto
uma mania
em manifesto de querer
é um custo sem saber
que avenida de vapor
só está escrito
para aqueles estranhos
que em duas páginas
inventaram rochas mofadas
e livros repetidos
pois
chocolate e solidão
chegam perto
de um ator que reza

nada é mais verdadeiro
do que a insesatez
que invade
quando a razão é esquecida

Páginas novas

algo novo
nesse sentimento
sem pressa
um desejo que passa
sem pensar em retornos
nem suspiro que negou
reconhecer como será
viver de palavras
apenas para dedicar
uma vontade
feita por páginas
que agora
se tornaram estranhas

quarta-feira, 9 de março de 2011

Ao seu redor

me confundo
nessa noite
de querer saber
como doar
a saudade ao tempo
que já esquecido pelo gostar
deixa minha sede de deixar
sentimentos guardados
nessas coisas sem nomes
como doenças
ainda não descobertas

meu todo amor
é desprovido de vocação
quando precisa de figuras
para dizer que existe

frases moderadas
são sutis
necessitam a turbulência de uma face
quando se deparam
com gestos anotados
por um olhar que gravou
a imagem quase perdida
que em tantos milhões
se assemelhou
com um sorriso sem reposições
num rótulo sem lugar

sexta-feira, 4 de março de 2011

Contradição

toda voz
que minha mente recorda
é um nome conjugado
em passado que insiste
existir em saudade

ainda não estou em condições
de me queimar
com sua imagem
que continua fixa
porém agora
totalmente livre
uma independência
que me faz querer
querer de volta
tudo o que ainda procuro

para recomeçar
penso que não preciso
de uma companhia
que existe
somente de ontem
e se me contradigo
é porque já fui amado

quinta-feira, 3 de março de 2011

Ao anoitecer

Hoje
fui abordado
por um Homem
de barbas mal feitas
mas com cheiro de Vida
insistiu em me dizer:

nesse fim de noite
que inexiste de razão
me faço cansar o intelecto
somente para curtir
uma esperança bem tratada
meu amigo
que mal o conheço
mas já exergo atos
em seus olhos úmidos
meu amigo
sabes que a razão não serve
quando queres assumir a verdade
não segure o que não queres
experimente voar
mesmo sem asas
não há nada melhor
que ser cortado
e cair
sem pedir descuplas
a nenhum buraco
que a Vida te deu
mas você recusou
Eu amo
Você meu amigo
que recém descobri
e nunca esquecerei

Hoje
fui abordado
por um Homem
que pediu
na sua forma
desculpas por repartir
toda confusão
e os mesmos passos
que todos nós
alguma vez já experimentamos

Inocência

Todo Deus é inocente
nos olhos de um crime
como se cada pecado
fosse momentâneto
mesmo sem faces ou mãos
que possam condenar

Se a alegria é da natureza
o que sobra para os tanques
que faz sorrir
somente aquele
que poder possui

A pergunta é feita
quem destuiu a fauna
e atirou
sem piedade
contra a alma confusa

E ao final
quando restam medalhas
mas não há mais coração
onde colocá-las
a resposta chega

O que importa se há inocentes
se temos coragem
e dom que se renova
a cada nova vontade
de conquistar
sem cortesia
mas com uma vontade imensa
que faz temer
até mesmo
o Deus inocente







quarta-feira, 2 de março de 2011

A morte

A morte vem de longe
Do fundo dos céus
Vem para os meus olhos
Virá para os teus
Desce das estrelas
Das brancas estrelas
As loucas estrelas
Trânsfugas de Deus
Chega impressentida
Nunca inesperada
Ela que é na vida
A grande esperada!
A desesperada
Do amor fratricida
Dos homens, ai! dos homens
Que matam a morte
Por medo da vida.

Vinícius de Moraes

terça-feira, 1 de março de 2011

Borboletas nascem todos dias

então é esse o seu sorriso
que não precisa de nomes
quando tem memórias
de um tempo que eu dancei
sem nunca ver os pés

e chegando perto
ao fim do dia
sinto a brisa
como voar em uma asa
que transforma ilusão em sonho verdadeiro

quero a sua presença nesse embalo
ir direto ao encanto
da sua beleza clássica
que vive
nunca sem lugar
em caminho certo
que pisei junto
contigo quando vi
as borboletas quase raras
e que agora são diárias

Primavera em um gesto

me mostre um gesto
no qual eu possa
aproveitar a doença
para esvaziar a saudade

me mostre um gesto
que eu guarde em um lugar
escondido de vozes
mas visível aos olhares

me mostre um gesto
que me permita
agendar no passado
as palavras de sempre
que retribuem sem medo
qualquer sentimento
que mesmo constante
jamais se repete

me mostre um gesto
que me faça ver
um ano em um minuto
e me deixe maravilhado
com 15 segundos
de primavera desejada

me mostre um gesto
de liberdade
sentida nos pés
em uma vontade
de ser feliz
apenas em recomeçar

me mostre um gesto
sem lágrimas deixadas
de estranhos em um telefona
que tecendo liberdade
se esquecem das páginas
compradas em um anúncio fácil
mas vendidas pelo preço da dor

preciso de um gesto
talvez porque o real
não esteja tão ao meu alcance
me mostre um gesto
um gesto que diga
tudo o que não há nome
em nomes que não são estações

Procurando

Como te encontrar
no mundo tão igual ao meu
mas tão diferente
do que eu vivo

Não posso te reconhecer
em movimentos desejados
que um sorriso me entregou
na mais bela simpatia
de um sentimento
incompleto em verbos
mas que satisfaz
somente por me olhares
mesmo sabendo
que não me enxergas