quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

E naquele rosto sem palavras...

...os teus olhos fixos se movem
iluminam um momento suspirante

Sem toques reais
mas movido por um tempo
de desejos sem maneiras
com explicações falhas por qualquer gesto

...és um tesouro inteiro
na espera de um coração
uma vontade
que seduziu sem palavras
tens na sua espera uma luz continental
de olhos que miram forte
quando eles trocam com os meus
uma vontade repartida

...tens um abraço
que quero devolver
quando imaginei em silêncio
Sentir a sua vontade
que eu apenas desperdicei
com os meus espaços tolos
e bobos no qual naufraguei
Quero explicar em atos
aquilo que minha fala não diz
e minha escrita me limita

...te ver é pouco
uma eternidade sem luz
Tanto que o sentir
não me deixa mais
Preciso servir
ao encanto
dessa essência
que se multiplica nos meus sonhos
e se define no meu olhar

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Estou saindo

E essa saudade virou mar
E essa loucura virou vida
Parece que vou esperar
eu criar
minha própria constelação
Então vou desenhar
minha tragédia de risos
Um tempo sem mágoas
Calar o silêncio do escuro
para ouvir todas as cores
que um dia
eu pude vestir
Mas só por agora
eu desisto de gratuidades
e prefiro a minha ferida
pois vou curar agora
com loucura que virou saudade
e saudade
que virou vida

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Minha máquina não escreve
quando meu prazer é limitado
nem uma segunda chance para erro
e talvez
um dia
eu não fale mais
e quebre a corrente da promessa
que outras vezes persegui

Me entendo em minutos
me perco no quase sempre
na voz que se faz
repetir chamadas
que faz justiça ao ato
de fechar todas as portas
e somente andar
pelo corredor aberto
de todas as ruas iluminadas
porém estranhas
totalmente estranhas
ao meu olhar tão vago
que outrora te gravei

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Então por quê

a distância existe como ar
a vontade é o encontro de recordações
uma estátua pode escravizar
---e uma foto humanizar
dividir fronteiras é tão doloroso
---quando se tem objetivos comuns
dizer sobre conquistas pode inflamar a vida
um querer subentendido não é obrigação de compartilhar abstrações
tentar amar a fraqueza é um alívio para a dor
manisfestar esquecimento nem sempre responde o silêncio
---e correr dele pode fazer você gritar
---e pedir desculpas ao som
paciência não é dom
---e felicidade não é manuseada
um papel rasgado não faz esquecer o que se sentiu
então por quê?
---em um mesmo papel
---onde escrevo
---as palavras não precisam de mim
---mas eu necessito delas

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Pois o homem busca o alheio

O que me cura é pequeno
aquilo que repete é vontade
de que um dia tudo volte
e a mudança seja breve
mas não tão rápida que eu não possa sentir
o segredo profundo inconstante
quando surge de belas formas do incompreensível

O sorriso alheio é belo
tão belo quanto
a natureza sincera
de uma manhã inocente
com criações mudas
que brotam como gritos ecoantes
e esta arte
dever ser tão intensa
como perder um amor não perdido

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Breve silêncio

O progresso me liquida
esvazia minha ciência
terminha com minha água
prefiro um fogo compartilhado
a avançar deste jeito

E a manhã foi embora
quando respirou sem parar
e o mais difícil dos elementos
soube viver a dois
como se fosse solitátio
num átimo de silêncio
quando viveu toda história
e criuou seus próprios monstros
na mesma estrela em que ele vive
com seus irmãos e filhos

e os Deuses
nomeados por ele
apertaram as mãos
numa eterna diplomacia sem abraços

sábado, 12 de fevereiro de 2011

O salto mortal é meu número especial nesta tarde de domingo. Não tentarei o trapézio, por não saber voar sobre as cabeças que torcem para a corda arrebentar. Pensando bem, abrirei a tarde falando ao respeitável público que farei a mágica final: desaparecer sem nunca ter sido visto por ninguém.

(Álvaro Alves de Faria)

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Perfil

Ele está na frente de um espelho, de lado, de frente
até mesmo atrás é possível
requer somente um ângulo de visão
e você pode vê-lo
como uma janela aberta
um cinema feito de talvez
no embalo
de todos os sabores de uma música
e de nenhuma verdade equilibrada
através de um céu azul completo
e uma nuvem vazia de mudanças
com quilômetros de percepções
e tentativas de dizer
o que nem mesmo se sabe

Uma tela escura
de um computador desligado
uma imagem que nasce de novo
em cada memória que vai além do jeito
e retorna antes da qualquer ideia

Um coração que bate forte não esfria
quando o enxerga
e dedica ao que é bravo
e inesquecível
até mesmo
em microsegundos de visão

Não há necessidade de provas
tampouco repartir
os gestos que piscam
e se exibem entre olhares

A razão acaba com a arte
daquilo que quer ser visto
ou apenas sentido


Não é matéria possível
poucas vezes o toco
mas eu corro
e o encontro
toda vez
que mais longe eu estou

Ainda te lembro
porque
eu nunca gostei de esquecer
e nunca admirei
nenhum ponto final

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

A troca

Sou a busca da água
o desejo pelo óleo raro
a pertinência do que segue
o verdadeiro sonho de combate
pois nenhuma falha é grave
quando a mente pensa ser grande

Eu disse verdades a eles
contei virturdes de promessas
criei noites iluminadas
e vejam
ainda distribui gratuitamente
palavras que acompanham
medalhas eternas
que salvam ídolos
liberta dores
e aniquila quem merece

Sou rajada de vento
entre os homens de paz
entre os homens de amor
posso ser medo e liberdade
mas não deixo de ser humano
tenho a cara humana
sou atitudes humanas
contráditório sem certeza
com esperança pueril
de sons que não se quebram

Na noite me torno invencível
sem diferença
sem entornos
sem pecados
sem desejo
e agora sou também
um sem vida

meu nome é guerra
e minhas atitudes
possuem nome também
mas isso já sabes
eu sou
você mesmo
em busca de tudo
em troca de qualquer coisa








segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Coração de plástico

Existe uma vida
que eu não compartilho comigo
e pouca diferença faz
se escuto ou se falo
é uma caminhada
que nem correndo eu venço.

A dor se manifesta no olhar
a alegria pelo corpo inteiro
não há nada mais solitário que isso.

Aquele que vê de fora
sempre vê melhor
mas o que vê de dentro
é sempre mais bonito.

A gente não lembra de tudo
porque as vezes
estar lá
era simplesmente um lugar
um lugar para respirar mais aliviado.

Não quero ser aquele sonho
enquanto nem eu mesmo acordar.
Mas necessito de um remédio
que seja pior que minha doença!

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A realidade

"Como posso saber se o que vejo desta janela é de fato a paisagem que vejo?
... Há muito, finjo acreditar em coisas que o homem teima em trocar pela fragilidade do vidro.
Deus existe?... Deus não existe?
... Ambas as coisas são verdade ao mesmo tempo.
Pergunto-me e pergunto-lhe se a verdade existe mais que um milésimo de segundo. Nada é eterno.
A eternidade passa depressa como a ciência."

Cruzeiro Seixas

Saudade alternativa

Quanto vale a realidade
de um sentimento único
quem nem mesmo um retrato
é capaz
de trazer de volta