Para: um dia especial
“Digam o que disserem, o mal do século é a solidão. Cada um de nós imerso em sua própria arrogância, esperando por um pouco de afeição” já nos dizia o glorioso Renato Russo no fim do século passado... acho que as coisas não mudaram muito desde então.
Vivemos um uma sociedade completamente consumista. Cada vez mais são produzidos e criados produtos e facilidades que atraiam mais e mais as pessoas. Esses bens e serviços, apesar de serem simulacros da realidade, a tornam mais interessante, logo há uma supervalorização do objeto, do simulacro, que intensifica, embeleza e faz da vida um espetáculo.
Porém, com a crescente valorização disso tudo, as pessoas acabaram deixando de lado os valores... O niilismo tomou conta, fica agora o vazio, o narcisismo, o individualismo, cada um lutando por seus próprios interesses, sem se importar com as pessoas que estão em sua volta, a não ser quando estas lhes são, de alguma forma, necessárias.
Chega a ser engraçado pensar no que nos tornamos... nunca tivemos tantos meios de estarmos próximos, e nunca tivemos tão distantes um do outro. Me pergunto: Por que? Com certeza não há uma única resposta para tal pergunta, mas acredito que um dos motivos para agirmos de tal forma seja o medo... Sim, o medo: medo de darmos mais amor, mais atenção, mais consideração, mais afeto do que recebemos. É muito mais cômodo evitar o sentimento, afinal assim não sofremos. Esperamos dos outros um sinal para que possamos nos aproximar sem medo, e os outros esperam de nós o mesmo. Todos esperam... poucos agem sem esperar nada... portanto, “se alguém já lhe deu a mão e não pediu nada em troca, pense bem, pois é um dia especial...”.
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