"O mais profundo é a pele." Paul Valéry
Foi num tempo, relativamente não muito distante, que aquilo do qual chamamos de espécie humana apareceu num lugar, que, talvez por conveniência, denominamos Terra. Nome aproriado, até mesmo, com licensa poética, porque é nela que há a terra dos que amam, sonham e são capazes de criar.
Na escala assombrosa do tempo cósmico, nossa jornada ainda é jovem, porém mergulhada em esperança de que, pelo menos nas gerações futuras, consigamos estabelecer uma Terra mais generosa e igual a todos. Isso depende, em essência conjunta, de arte, filosofia, tecnologia, ciência e educação.
Para os que ficam, na terra dos que sentem, o final de uma existência não é saborosa. Que sentido a realidade teria, portanto, se nossos entes facilmente são tirados de nós, numa eterna ameaça que nos surpreende de maneira quase sempre abrupta. Um vô, que nunca tive, mas foi vô de alguém, sabiamente disse certa vez: escrever é florear a realidade. Tomarei emprestado, e, cordialmente, gostaria de modificar, pelo menos por alguns breves caracteres, seu dito original: Viver é florear a realidade. Mas que realidade?
Nossa espécie é resultado de um belíssimo processo natural, do qual majestosamente, ao longo de transformações passadas ao longo de gerações, se tornou possível, pela primeira vez, o aparecimento de seres tão complexos que exigem para si a existência de Deuses com intento de se sentirem agraciados por existirem.
A natureza é pródiga nos eventos casuais. Os eventos necessários para o nascimento de um ser são tão improváveis que se torna difícil acreditar que, dentro dessa sinfonia cósmica, exista um compositor criando os detalhes da nossa deliciosa aventura existencial.
O cosmos ainda não nos apresentou nenhuma outra obra, criada deliberadamente ou não, que pudéssemos chamar de companheiros estelares. Talvez outros existam; é provavél que, se existirem, estão longe demais para que sequer possamos descobrir, ou, se não existem, somos realmente um evento extraordinário. Sendo assim, podemos genuinamente ser representados pelos sorrisos carbônicos que, de fato, por enquanto, é o único tipo que conhecemos que o universo foi capaz de forjar.
O profundo valor de uma vida não está nos acontecimentos futuros, quando deixamos a nossa frágil capa protetora. O sentimento de contemplação pode ser independente das hipóteses que sugerem que a Vida continua, seja da forma que for. Diante de toda a beleza imanente à natureza, dos nossos profundos sentimentos de compaixão e da satisfação nos mais diversos prazeres da vida, acredito que clamar por algo a mais é mesmo pedir além da capacidade que a natureza pode oferecer. Além disso, frente a toda essa maravilha que é o fenômeno da Vida, o que mais é necessário? Talvez este seja um ponto de vista necessário, em um mundo no qual é provável que a salvação dos maiores sofrimentos dependa somente dos nossos próprios esforços.
Reconhecer nossa finitude silenciosa, mesmo quando desejando o eterno, pode ser uma melhor forma de não deixar a vida fragmentada; não deixá-la fluir em horas vazias desprovidas de significados. É provável que a natureza, apesar de bela e graciosa, seja totalmente indiferente a nós; fato que nos torna mais responsáveis com nós mesmo, e menos indiferentes com a nossa vida. Esta que é certamente um evento estatisticamente improvável. Ainda assim, somos capazes de criar simbolismos característicos de uma civilização que, sabiamente, chamamos de humanos.
Foi num tempo, relativamente não muito distante, que aquilo do qual chamamos de espécie humana apareceu num lugar, que, talvez por conveniência, denominamos Terra. Nome aproriado, até mesmo, com licensa poética, porque é nela que há a terra dos que amam, sonham e são capazes de criar.
Na escala assombrosa do tempo cósmico, nossa jornada ainda é jovem, porém mergulhada em esperança de que, pelo menos nas gerações futuras, consigamos estabelecer uma Terra mais generosa e igual a todos. Isso depende, em essência conjunta, de arte, filosofia, tecnologia, ciência e educação.
Para os que ficam, na terra dos que sentem, o final de uma existência não é saborosa. Que sentido a realidade teria, portanto, se nossos entes facilmente são tirados de nós, numa eterna ameaça que nos surpreende de maneira quase sempre abrupta. Um vô, que nunca tive, mas foi vô de alguém, sabiamente disse certa vez: escrever é florear a realidade. Tomarei emprestado, e, cordialmente, gostaria de modificar, pelo menos por alguns breves caracteres, seu dito original: Viver é florear a realidade. Mas que realidade?
Nossa espécie é resultado de um belíssimo processo natural, do qual majestosamente, ao longo de transformações passadas ao longo de gerações, se tornou possível, pela primeira vez, o aparecimento de seres tão complexos que exigem para si a existência de Deuses com intento de se sentirem agraciados por existirem.
A natureza é pródiga nos eventos casuais. Os eventos necessários para o nascimento de um ser são tão improváveis que se torna difícil acreditar que, dentro dessa sinfonia cósmica, exista um compositor criando os detalhes da nossa deliciosa aventura existencial.
O cosmos ainda não nos apresentou nenhuma outra obra, criada deliberadamente ou não, que pudéssemos chamar de companheiros estelares. Talvez outros existam; é provavél que, se existirem, estão longe demais para que sequer possamos descobrir, ou, se não existem, somos realmente um evento extraordinário. Sendo assim, podemos genuinamente ser representados pelos sorrisos carbônicos que, de fato, por enquanto, é o único tipo que conhecemos que o universo foi capaz de forjar.
O profundo valor de uma vida não está nos acontecimentos futuros, quando deixamos a nossa frágil capa protetora. O sentimento de contemplação pode ser independente das hipóteses que sugerem que a Vida continua, seja da forma que for. Diante de toda a beleza imanente à natureza, dos nossos profundos sentimentos de compaixão e da satisfação nos mais diversos prazeres da vida, acredito que clamar por algo a mais é mesmo pedir além da capacidade que a natureza pode oferecer. Além disso, frente a toda essa maravilha que é o fenômeno da Vida, o que mais é necessário? Talvez este seja um ponto de vista necessário, em um mundo no qual é provável que a salvação dos maiores sofrimentos dependa somente dos nossos próprios esforços.
Reconhecer nossa finitude silenciosa, mesmo quando desejando o eterno, pode ser uma melhor forma de não deixar a vida fragmentada; não deixá-la fluir em horas vazias desprovidas de significados. É provável que a natureza, apesar de bela e graciosa, seja totalmente indiferente a nós; fato que nos torna mais responsáveis com nós mesmo, e menos indiferentes com a nossa vida. Esta que é certamente um evento estatisticamente improvável. Ainda assim, somos capazes de criar simbolismos característicos de uma civilização que, sabiamente, chamamos de humanos.
(minha homenagem pessoal ao "dia Carl Sagan".)
http://www.youtube.com/watch?v=8-fnoS01KmU
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